quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Eu saberia dar o melhor de mim

                Me permito trazer uma sacola com vodca decente, pão francês, cigarros e balas de hortelã, e também comprimidos pra ressaca. Sei que você é um prisioneiro , e se não sei bem, pelo menos finjo com graça.
                Ajudo a enxotar o cara do aluguel, pego a correspondência e jogo fora sem abrir porque sou esperta, sei que gente como você não recebe cheques de fundações, revistas nem cartões de Natal, que o mundo lá fora só quer encher o seu saco. Não digo que você é infiel, digo que você se vira como pode.
               Eu coço as suas costas e não faço perguntas. Qualquer um, menos você, poderia me amar. Não preciso de um menino ciumento, não quero um amável que rala a bunda para ganhar umas migalhas. Me entrego ao prisioneiro, ao cara que bate a porta e apaga este mundo nojento com sua grosseria sob medida e suas putinhas honoráveis. Sou capaz de limpar persianas sem fazer comentários, mas não sei quando é hora de ir embora, e  jamais levarei uma estúpida flor ao seu túmulo.
Soo como uma velha canção.
Brinde à mim.


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