quinta-feira, 4 de agosto de 2011

A gente faz as contas, projeta uma vida na outra, tenta se enxergar como se fosse outra pessoa... a gente busca espelhos por que viver é solitário. Busca simetrias porque a vida é torta. A simetria acalma. Talvez acalme por que nós mesmos somos simétricos. Uma linha imaginária, dos pés à cabeça, nos divide em duas partes iguais. Buscamos o que já somos? Esquecemos que esta simetria nunca é perfeita. Para o bom observador, sempre haverá uma perna mais curta, um olho mais caído, uma narina mais aberta...

Certo é que nossa mente busca simetria nas pinturas, nas catedrais e nas notas musicais. Entre passado e futuro, entre os óculos do John e o olhar do Paul, entre Beatles e Stones, assim no céu como na terra, assim na serra como no litoral. Entre mãe e pai, pai e filho, num par de pais a gente idealiza simetrias que não existem. Buscamos fatos que se repitam, uma ordem, um sentido, um padrão, um padrão, um padrão... Um padrão que não há. Não há padrões.

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