sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

anjo sem asas

Um drama rápido, mas [in]tenso; doses cavalares
Corte e cole o meu coração quebrado, um retrato
Tomara que caia o vestido ,Odara
Trago desaforos..de nicotina, não guardo
Sonsa só morta, nunca estive aqui.
Parabólicalizando suas frequências, sem filtro
Artista de repente: pão, circo, mol e parede. Que charme!
Absolutely...blindada, bobagem!
Água nos olhos, teu bem
Anjo sem asas, mulher...
tesão em você.


"A corrente impetuosa é chamada de violenta
Mas o leito do rio que a contém
Ninguém chama de violento."
Bertold Brecht 



quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Um Poeta louco no Centro Velho de Santos...

Doente dos olhos, que viram mulheres formosas. Doente da boca, que disse poemas em brasa. Doente dos nervos manchados de fumo e café. Doente dos olhos, da boca e dos nervos, hoje estou em repouso, não quero e nem posso escrever. Eu só quero um punhado de estrelas maduras, eu só quero a doçura do verbo 'viver'.
Que legal , Santos antigo, a boca do lixo, bem que eu procurava o cheiro do tabaco, o gostinho dos bares do porto, as tatuagens dos marinheiros, e as putas. Santos antigo, boca do lixo, neoclássico, piratas de famílias portuguesas.. ouro, sangue, luxo e luxúria. As ondas do mar contra o silêncio, um deserto se movendo, o vento contando segredos.
Mas eu gosto mesmo é desse perfil de otário louco suicida, como um centro velho que sempre está lá, parece um dejavú. Não sei se lhe digo 'te amo' ou 'vai tomar no cu'. Esse centro velho abandonado que é você.. como um telefone que não funciona mas ainda manda a conta. Alô, saiba você que os plásticos não respiram e os telefones também não transpiram, saiba você que msn não goza e que internet não tem prosa, nem num mundo subterrâneo e silencioso, populado por por ossos feitos de marfim. Por que você não foi Rimbaud? Por que você não comprou os dentes de elefante? Por que você não deu atenção aos livros da estante? Por que você não compra uma bicicleta? Seria muito mais lindo.
Estamos a caminho da boca do lixo, e ainda há gente que considera isso um luxo. Eu que sou um poeta raso faço desse caminho um antepasso de presságios de um verso inútil. Me encontro com um agiota de amores, perdido numa noite sem flores que deve ter o que contar. Mas nada disso tem a ver com poesia, o que é que você sabe do meu dia? Não adianta fuçar o meu iogurte nem o meu blog nem o que há sobre mim nas ruas imundas dessa cidade. Eu já olhei nos olhos das pedras das ruas e elas disseram: silêncio! Pediram, por trás das grades do silêncio,que eu sumisse daqui levando um pedaço do amor que eu tive, que eu levasse a morte do resto do meu amor, que eu fosse pra onde você não entre.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

como orvalho outonal ele chegou,discreto desperto,lavando a alma brilhando o dia,enfim ele chegou,alado elfo viajeiro pilotando uma potente motocicleta. Sim ele chegou e nem precisou pedir...fácil assim...é com ele que eu vou.E nem questionei aonde,biruta ao meio do vendaval, nao importa se a um festivo luto oriental,ou ao vendido carnaval...é com ele e tô legal,gosto e amo e sinto e confio, vou, bem. Fui,com ele e amém.

Descobrir o verdadeiro sentido das coisas é querer saber demais

Eu estou sempre aqui, olhando pela janela. Não vejo arranhões no céu nem discos voadores.
Os céus estão explorados mas vazios. Existe um biombo de ossos perto daqui. Eu acho que estou meio sangrando. Eu já sei, não precisa me dizer. Eu sou um fragmento gótico. Eu sou um castelo projetado. Eu sou um slide no meio do deserto. Eu sempre quis ser isso mesmo. Uma adolescente nua, que nunca viu discos voadores, e que acaba capturada por um trovador de fala cinematográfica. Eu sempre quis isso mesmo: armar hieróglifos com pedaços de tudo, restos de filmes, gestos de rua, gravações de rádio, fragmentos de tv.
Mas eu sei que os meus lábios são transmutação de alguma coisa planetária. Quando eu beijo eu improviso mundos molhados. Aciono gametas guardados. Eu sou a transmutação de alguma coisa eletrônica. Uma notícia de saturno esquecida, uma pulseira de temperaturas, um manequim mutilado, uma odalisca andróide que tinha uma grande dor, que improvisou com restos de cinema e com seu amor, um disco voador.
(Fragmento do Texto Disco Voador, de Fausto Fawcet)

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Todo mundo acha que pode, acha que é pop, acha que é poeta
 Todo mundo sempre tem razão, vence sempre e na hora certa
 Todo mundo diz que sabe e quando diz que não sabe é porque é charmoso não saber algo que as pessoas já sabem como é
 Todo mundo é original, é especial, é o que todos queriam ser
 Todo mundo ganha grana pra dizer que ela não vale nada
 Todo mundo diz que é contra a violência e sempre dá porrada
 Todos querem se apaixonar sem se arriscar, nem se expor e nem sofrer
 Eu sou melhor que você mas por favor fique comigo que eu não tenho mais ninguém

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Váriações de um mesmo tema... Dylan e seus dilemas

Eu tenho os meus problemas, você tem os seus
Variações de um mesmo tema, ateus procurando Deus
Onde estamos? Pra onde vamos? Onde já se viu?
num retrato, num espelho, no mapa do Brasil...
Qual é seu signo? Que sangue você gosta de sugar?
Qual é o seu limite, se é que ele existe?
Se não existe, qual é?
Eu tenho os meus problemas, você tem os seus
Variações de um mesmo tema, Dylan e seus dilemas
Qual é o seu sexo, se é que ele existe?
Se não existe o complexo, qual é?
Não procure paz onde paz não há
Não procure alguém onde não há ninguém
Não procure um céu azul no mar vermelho
Não procure outras pessoas no espelho
Não procure mais, tá tudo aí
E ai de nós se o disco acabar
Se o rastro ficar invisível a olho nu
pois nossos olhos não usam black-tie
Ouça o que eu digo: não ouça ninguém
Só obedeça à lei da infinita highway
Piloto automático não leva a nenhum lugar
...não ouça ninguém...
E não tenha medo
Nem tudo tem explicação
Há mistério em quase tudo, nem todo veludo é azul
O coração sempre arrasa a razão
O que é preciso, ninguém precisa explicar
O mundo é muito grande pra quem anda de avião
Pra quem anda sem destino ele cabe na palma da mão
O coração sempre arrasa a razão
O sol ainda se levanta no meio de tanta confusão,
No meio da madrugada ele ilumina o Japão...
O coração nunca cansa da canção
O que tá escrito na canção
Ninguém precisa aceitar