quarta-feira, 4 de abril de 2012

Você ainda não sabe
Mas eu tenho você
No meio da minha mão
Você ainda não sente
Mas nós já estamos dormindo
Sobre o mesmo colchão
Você ainda não lembra
Que nós dois estamos presos
Dentro desse refrão
E não tem nada oculto diante de nós
Esbofeteou a poesia em plena praça central
A chamou de estúpida, ridícula, banal
Cuspiu na cara inútil dessa besta-fera
Animal insólito, monólogo-cadela
Depois o valentão foi à igreja rezar
Em genuflexão quase gozou no altar
Eu quero é que se foda a sua triste fé
Me excito é com os Deuses que vivem de pé.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Tem hora de parar — e tem hora de partir. Tem hora de permanecer quieto e calado num canto, e tem hora de cantar e de voar. E agora não é hora de dobrar as asas, nem de catar gravetos para fazer o ninho. Não é hora de buscar consolo, nem de caiar o túmulo. Portanto, não envenene com teu medo a minha dança. Seja só uma testemunha desta vertigem. Porque agora, agora é hora de voar. É hora de abrir-me a todas as possibilidades. E saltar num voo livre e sem destino para dentro de mim mesmo.